domingo, 9 de maio de 2010


Andei fazendo umas pesquisas por aqui, e vi que um autor esta fazendo revoluções na literatura, ele se chama Gil Vicente. O auto da barca do inferno esta sendo uma das obras mais representativas do teatro. Nesta peça Gil Vicente aproveitou a temática religiosa com pretexto para critica de costumes.

A peça se inicia num lugar imaginario onde se encontra duas barcas, do inferno com um diabo e da glória com um anjo, as pessoas que morrem são julgadas pelo seus pecados. O auto tem uma estrutura definitiva, não esta dividida em cenas, por isso facilita o entendimento do leito ou do espectador.

"QUE DE MEU OLHOS PARTAYS
EM QUAL QUER PARTE QUESTEYS,
EM EU CORAÇON FYCAYS
E NELE CONVERTEYS

ESTE É O VOSSO LUGUAR
EM QUE MAYS ÇERTAS VO VEJOS,
POR QUEM NAN QUER MEU DESEJO
QUE VOYS DY POSSAYS MUDAR,
E POR YSSO QUE PARTAYS,
EM QUAL QUER PARTE QUESTEY,
EM MEU CORAÇON FYCAIS,
POIS NELE VOS CONTEYS."


(RUI GONÇALVES)


Nesse texto, notei o envolvimento íntimo do autor através de sua confissão amorosa, em que chega afirmar que, mesmo com a amada ausentada, ela continuará presente, pois ela se transformará no próprio coração do poeta. Notei ainda, uma linguagem simples e grafia próxima bem atual. Estou espantado com tanta beleza poética!!!! Vejo que estão preservando a coita amorosa do trovadorismo.




As coisas estão mudando por aqui, com o aumento de interesse pela leitura houve um significativo crescimento da cultura com o surgimento de bibliotecas e intensificação de traduções de obras religiosas e profanas.

Estou maravilhado com o tanto de informação que estou absorvendo por esses dias, conheci pessoas interessantes, vivi momentos que vão ficar para sempre em minha memória.

Esse movimento com o saber atingiu também a nobreza, a ponto de as crônicas históricas passarem a ser escritas pelos próprios reis. Essa produção recebeu o nome de doutrinária, porque inclui a atitude de transmitir ensimamentos sobre certar práticas diárias e sobre a vida.

Passei um dia desses por Portugal, algumas pessoas estão comentando que o Rei abriu espaço para a pratica lírica e poética, chamada POESIA PALACIANA.

Essa produção tem uma certa limitação quanto ao conteúdo, temas e visão do mundo, porque seus autores, nobres e fidalgos, abordam apenas realidades palacianas, como assuntos de montaria, festas, comportamentos em palácios, moda, trajes e outras banalidades sem implicação histórica.